Pesquisas, como as do Observa-DF, da UnB, indicam que a saúde pública é (disparado) o maior problema da população do DF
Com as eleições de 2026 batendo à porta, o GDF anunciou na semana passada que pretende usar pontos comerciais desocupados de pelo menos cinco estações de Metrô-DF para transformá-las em unidades de saúde. Pesquisas de opinião, como as realizadas pelo Observa-DF, rede de pesquisa com foco no Distrito Federal coordenado pela Universidade de Brasília (UnB), indicam que a saúde pública é, disparado, o maior problema enfrentado hoje pelos brasilienses.
A última pesquisa do Observa-DF, de abril deste ano, indicou que a saúde pública foi o problema mais citado por 49,2% da população do DF. Em segundo lugar aparece segurança pública (com 17,4%) e em terceiro educação, com distantes 6%. Segundo o relatório da pesquisa, ela “confirmou uma preocupação persistente: a saúde segue como o principal problema para cerca de metade da população e é a área mais mal avaliada do governo, sem sinais de melhora.”
Na tentativa de reverter este quadro, na semana passada o governador Ibaneis Rocha (MDB) – tendo ao lado a vice-governadora Celina Leão (PP) – fez o anúncio de que pretende transformar as áreas comerciais do Metrô-DF (que em boa parte seguem ociosas, desde que foram construídas) em unidades de saúde, para oferecer serviços como fisioterapia, odontologia e atendimento à comunidade.
Segundo o GDF, essa iniciativa é parte de uma estratégia para levar saúde mais perto da população, aproveitando a estrutura do metrô como ponto de acesso rápido e democrático.
“Todas receberão unidades de saúde, com serviços de fisioterapia, odontologia e atendimento comunitário, em especial para pessoas com deficiência, aproveitando a facilidade de acesso proporcionada pelo transporte metroviário. A expectativa é que, no futuro, esse projeto seja ampliado para outras estações em construção, levando saúde cada vez mais perto da população”, afirmou o governador, quando do anúncio.
Uso das estações: como é e como será
Atualmente, a estação da 102 Sul tem uma unidade do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) e funciona ainda uma unidade da Farmácia de Alto Custo do DF. Na estação da 112 Sul funciona a Central de Atendimento à Pessoa com Deficiência (CadPCD) e a Central de Intermediação em Libras, ambas ligadas à Secretaria da Pessoa com Deficiência. Na estação da 114 Sul funcionam um escritório regional da Caesb (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal) e um atendimento da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) para solicitação e acesso a órteses e próteses ambulatoriais.
Pelos planos do GDF, na estação da 106 sul, está sendo previsto uma unidade de atendimento primário e de reabilitação funcional. Na estação da 108 Sul estão previstos atendimento comunitário, fisioterapia e odontologia. Na 110 Sul, está sendo previsto um megacentro de saúde bucal. Na estação da 114 Sul, um centro de reabilitação avançado (com fisioterapia, nutrição e cardiologia). E na estação ParkShopping, atendimento comunitário, fisioterapia e odontologia.
Segundo dados do Metrô-DF, repassados ontem à “Brasilianas”, as estações da Asa Sul recebem hoje cerca de 3 mil passageiros por dia e, na do ParkShopping, o número salta para 10 mil usuários.

Remanejamento
Segundo Ibaneis Rocha, o projeto de adaptação das estações está avançado: a estação 108 já concluída e a 110 em fase adiantada, com previsão de inauguração até o final do ano. O secretário de Saúde, Juracy Lacerda, afirmou que as licitações estão sendo agilizadas para reduzir o tempo entre projeto e execução, garantindo a modernização das unidades de saúde de forma rápida e eficiente.
O secretário de Saúde disse ainda que, para viabilizar as unidades médicas nas estações de metrô, a pasta promove a descentralização de profissionais. “Estamos remanejando equipes e ajustando a alocação de pessoal para garantir que os profissionais atendam nessas novas unidades, sem comprometer o funcionamento das demais unidades de saúde da rede”, afirmou.