Produtos foram recolhidos pela Vigilância Sanitária e levados ao SLU para descarte. Nenhum caso de contaminação por metanol em bebida falsificada foi confirmado no DF
Na última sexta-feira (17), mais de 15 mil litros de bebidas irregulares foram entregues pela Vigilância Sanitária ao Serviço de Limpeza Urbana (SLU), no Aterro Sanitário de Brasília, para descarte adequado. Os produtos são resultado de fiscalizações intensificadas desde o início do mês, após suspeitas de intoxicação dessas bebidas por metanol na capital federal.
Entre janeiro e setembro de 2025, a Secretaria de Saúde (SES-DF) participou de mais de 3,7 mil fiscalizações, que resultaram em 194 autuações de estabelecimentos e na apreensão de mais de 23 mil litros de bebidas irregulares, sem identificação do produtor, número de registro ou lote de fabricação.
“Após a entrega, o SLU assume suas atribuições, determinando a destinação adequada para cada caso, dentro de sua competência, com o apoio necessário para a eliminação desses produtos irregulares”, explicou o auditor de atividades urbanas da Vigilância Sanitária, Allex Moraes.
A venda de bebidas sem procedência é infração sanitária e pode gerar processo administrativo, autuação do estabelecimento e multas de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. Em casos de fraude, o responsável também pode responder a uma investigação nas esferas civil e criminal.
Nenhum caso confirmado no DF
O Ministério da Saúde divulgou, também na última sexta-feira (17), que o Brasil contabilizou, até o momento, 46 casos confirmados de intoxicação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas. Ainda há 87 ocorrências em investigação.
Entre os casos confirmados, 38 foram em São Paulo, quatro no Paraná, três em Pernambuco e um no Rio Grande do Sul. Ao todo, 528 suspeitas foram descartadas.
Entre os casos ainda em investigação, a maior parte também está em São Paulo (44 notificações). As outras suspeitas estão em Pernambuco (23), Rio de Janeiro (6), Piauí (3), Mato Grosso do Sul (2), Goiás (2), Paraná (2) e Bahia (1), Espírito Santo (1), Minas Gerais (1), Paraíba (1) e Tocantins (1).
Dos dois casos suspeitos de intoxicação por metanol no Distrito Federal, um deles foi descartado logo após exame laboratorial concluir “não detectado” para metanol. O laudo do paciente de 34 anos foi emitido pelo Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O segundo caso envolveu um paciente de 47 anos, internado no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) e não houve confirmação de intoxicação por metanol. Ele teve a morte cerebral confirmada em 7 de outubro de 2025. Após ser internado na UPA de Brazlândia, ele passou por transferências para o Hospital Regional de Santa Maria e o Hospital de Base, onde exames revelaram um extenso acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. O paciente é residente no estado de Goiás.