Espaço surge três meses após a Rodoviária do Plano Piloto oferecer o mesmo serviço – que, por sua vez, foi inspirado no Aeroporto de Congonhas
Quem diria, caro leitor, há algum tempo, que um projeto pioneiro da Rodoviária do Plano Piloto seria replicado no Aeroporto de Brasília? Pois no dia 1º de junho, a concessionária Catedral entregou à população do DF uma sala multissensorial, voltada ao acolhimento de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) e outras neuro divergências. Ela está instalada ao lado da Administração do Terminal, no piso térreo.
“É um presente de boas-vindas à população do Distrito Federal”, afirmou à Brasilianas o diretor da empresa e gestor do contrato, Enrico Capecci. Apesar de já gerenciar 13 terminais rodoviários em São Paulo, a RZK (principal empresa que forma a concessionária Catedral) optou por fazer a estreia do projeto multisensorial em Brasília.
Embora não fizesse parte das exigências do contrato de concessão, a construção do ambiente foi uma iniciativa da própria concessionária, que contratou a mesma empresa responsável pela instalação semelhante feita no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Agora, três meses depois, a Inframerica, administradora do Aeroporto de Brasília, passou a oferecer um espaço multissensorial projetado para oferecer conforto, acolhimento e tranquilidade a passageiros neurodivergentes, com atenção especial ao público com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O mesmo da Rodoviária do Plano Piloto.
O novo ambiente está localizado na sala de embarque doméstico, entre os portões 21 e 22, e foi pensado para reduzir estímulos sensoriais e proporcionar um local de descanso antes do embarque ou durante uma conexão no terminal aéreo.

A sala conta com iluminação suave, elementos táteis, recursos interativos, e uma área que reproduz o interior de uma aeronave, com poltronas e janela cenográfica. Essa simulação permite que o passageiro se familiarize com o ambiente interno de cabine e se prepare para a experiência de voo, ajudando a minimizar a ansiedade e desconforto. Além disso, o espaço permite que os passageiros possam regular seus estímulos sensoriais, contribuindo para uma experiência de viagem mais tranquila e positiva.
A sala foi desenvolvida pela equipe de arquitetura e obras da concessionária com base em estudos de neurodiversidade e acessibilidade, criando um espaço acolhedor para quem enfrenta desafios sensoriais em ambientes de alto estímulo, como aeroportos.
Além de ser um refúgio sensorial, o local também serve como ponto de apoio a passageiros com deficiências ocultas. O Aeroporto de Brasília é membro do programa internacional HD Sunflower, que utiliza o cordão de girassol como identificação discreta para pessoas com condições temporárias, crônicas ou deficiências invisíveis. Com esse símbolo, equipes treinadas oferecem atendimento empático e personalizado. O cordão pode ser retirado gratuitamente no balcão de informações, no piso de check-in, ou nas recepções das Salas VIPs, sem necessidade de apresentação de laudos ou comprovação da condição.
