Atividade coordenada pela ONG Instituto Abelha Nativa existe há oito anos. “Quem furtou, sabia o que estava fazendo”, afirma o gestor da entidade, relatando o furto de matrizes reprodutoras. Prejuízo é estimado em R$ 15 mil
O meliponário do Instituto Abelha Nativa, que existe há oito anos no Parque da Cidade foi furtado, ao longo de três noites (entre domingo e quarta-feira), e perdeu boa parte das matrizes que permitem a reprodução das espécies sem ferrão, adaptadas ao cerrado, e fundamentais para a polinização de alimentos e o bom desenvolvimento do meio ambiente. O local é usado para pesquisas de conservação ambiental.
“Dá vontade de chorar”, afirmou à “Brasilianas” o melicultor Luiz Lustosa, 69 anos, presidente da ONG que leva o nome do instituto e que cuida do espaço, cedido pelo GDF há oito anos. “É um absurdo o que aconteceu aqui. Quem invadiu o espaço sabia o que estava fazendo e escolheu as caixas específicas. Isso parece coisa de melicultor safado, invejoso”, vociferou Lustosa. “Se queria, bastava pedir. Eu dou, nem cobro nada.”

Entre as perdas estão 12 colmeias de abelha Jatai amarela (Tetragonisca angustula), 13 colmeias de Mandaguari (Scaptotrigona postica) e duas colmeias de Uruçu Amarela (Melipona rufiventris), além de uma colmeia de abelha Marmelada (Frieseomelitta varia). Lustosa estima em cerca de R$ 15 mil o valor das colmeias furtadas.
“Foram furtadas as grandes matrizes (multiplicador de abelhas). Não sobrou nenhuma matriz de Jataí. As de Uruçu ele levou as que estavam mais fáceis, numa prateleira, mas as matrizes foram preservadas. As Mandaguari sobraram um pouco, porque nós tínhamos mais unidades”, contabiliza o melicultor.
“Brasilianas” questionou ao melicultor sobre os possíveis destinos para as colmeias furtadas. “O ladrão pode tentar vender as caixas (que, no entanto, são numeradas e identificadas), pode dividir as colmeias ou mesmo destruir e vender os favos separadamente. Realmente, não sei o que ele pretendeu fazer.”
Luiz Lustosa afirma que não foi uma única pessoa quem fez o furto. “Aqui tem cinco câmeras. Ele buscou pontos cegos e repassou as caixas por cima do alambrado, por isso acredito que ele estava em grupo. “Não dá pra uma pessoa só levar tudo isso… é coisa programada.”

Denúncias podem ser feitas ao Instituto
O Instituto Abelha Nativa acredita que pode recuperar parte das colmeias furtadas, pois as caixas têm pinturas específicas e são numeradas. As colmeias de Jatai tem marcas e numeração (J2) (J3) (J5) (j9) (J1) (J12) (J14) (j16) e outras quatro caixas de cor amarela. As caixas de Uruçu também tem identificação (U) e as caixas de Mandaguari tem as marcas (SP).
As denúncias podem ser feitas diretamente ao Instituto pelo WhatsApp (61) 9 8133.9110 ou pelo Instagram da entidade .
Apesar de ter registrado ocorrência na Polícia Civil, até o fechamento desta edição o Instituto não havia sido procurado pelos policiais.
