A exposição, a primeira individual da artista, acontece na Referência Galeria de Arte. Obra explora o aparente paradoxo entre ordem e desmesura
A partir de amanhã (2 de agosto), Luciana Paiva apresenta “Vértice-Abismo”, sua primeira individual na Referência Galeria de Arte. A mostra reúne obras que questionam o valor do gesto manual em um mundo digital, afirmando o corpo como instrumento político e poético.
Com curadoria de Graça Ramos, a artista traz para a Sala Principal objetos escultóricos em materiais diversos, como o papel e o metal, e uma videoperformance resultante do processo construtivo de uma de suas obras.
A exposição abre ao público neste sábado, às 16h e fica em cartaz até o dia 13 de setembro, com visitação de segunda a sexta, das 10h às 19h, e sábado das 10h às 15h. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos. A Referência Galeria de Arte fica na CLN 202 Bloco B Loja 11 Subsolo, Asa Norte.

Em “Vértice-Abismo”, Luciana Paiva reúne três conjuntos de obras inéditas realizadas entre 2024 e 2025. “Vertigem 451” é um painel de treliças cortadas manualmente, apresentado junto ao vídeo que registra o processo meticuloso de construção da obra. “A relação temporal também aparece no título do trabalho, 451 é a quantidade de horas que foram empregadas para realizar o painel”, ressalta a artista.
Já as esculturas modulares de metal chamadas Voo 1, 2 e 3 têm como ponto de partida o estudo das “ogivas” do artista Alfredo Volpi. Também integra a mostra um conjunto expressivo de livros da série ‘Desmesuras’, realizados a partir da interferência de papéis azuis sobre livros antigos em miniatura.
Luciana explora o aparente paradoxo entre ordem e desmesura através de obras que unem rigor geométrico e mergulho sensorial. “Essas questões já estavam presentes no meu trabalho, mas eram apresentadas a partir da relação com a escrita e no uso do texto e dos caracteres como imagem. Nessa exposição essas relações ficam em segundo plano”, afirma a artista visual.
Graça Ramos ressalta em seu texto curatorial que o conjunto de trabalhos que forma a mostra está regido pela abstração. As obras ultrapassam o limite de percepção imediata. Elas passam a suscitar inesperados efeitos óticos – por vezes hipnóticos – e a produzir inúmeros questionamentos. “A abstração geométrica me interessa pela amplitude do que ela pode abarcar, ela está na natureza assim como está no pensamento”, diz Luciana.
“No jogo entre a economia da forma física, a repetição dos elementos, e a provocação de sensações, se a intensidade estrutura a poética, o recado da artista é político”, afirma a curadora. E completa: “Luciana revela um posicionamento político sutil: interpela-nos sobre o valor do tempo investido na criação.”

Sobre a artista
Luciana Paiva é artista, participa de exposições regulares desde 2004 atuando também como professora e na organização e curadoria de eventos em arte. Bacharel em Artes Visuais, mestre em Poéticas Contemporâneas e doutora em Métodos e Processos em Arte pela Universidade de Brasília (PPGAV/UnB).
Desde 2017 integra o grupo de artistas-gestores do Pé Vermelho Espaço Contemporâneo em Planaltina – DF. Em 2011 cursou o Programa Aprofundamento da Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro e participou do “Rumos de Artes Visuais 2011-2013”. Em 2019, foi uma das artistas selecionadas para o 29o Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo apresentando a exposição individual Cidade Partida.
Em 2022, realizou a exposição individual “Ar-reverso” no Espaço Cultural Renato Russo em Brasília. Seu trabalho artístico lida com a visualidade e materialidade do texto, a ilegibilidade e a estrutura da linguagem. Faz uso de procedimentos construtivos e desconstrutivos para reconfigurar elementos da paisagem urbana, da arquitetura e dos códigos da escrita.
Sobre a curadora
Jornalista, Graça Ramos é doutora em História da Arte pela Universidade de Barcelona e mestre em Literatura pela Universidade de Brasília. Pesquisadora e curadora independente, concentra-se em estudar expressões da arte e da arquitetura produzidas em Brasília.
É autora de “O apagamento de Volpi: presença em Brasília”; “Maria Martins: escultora dos trópicos” e “Palácio do Planalto: entre o cristal e o concreto”. Em coautoria com Eduardo Rossetti, publicou “Palácio Itamaraty: a arquitetura da diplomacia”. Com Beth Cataldo, organizou o livro “Brasília aos 50 anos: que cidade é essa?” Coordenou ainda a Coleção Brasilienses, dedicada a perfis de personalidades ligadas à cultura de Brasília.
Recentemente, foi responsável pela concepção da Coleção Palácios da Democracia, dedicada ao público infantojuvenil, que trata dos Palácios do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
Referência 30 anos
No dia 25 de novembro de 1995, Onice Moraes e José Rosildete de Oliveira inauguraram a Referência Galeria de Arte. Em sua primeira mostra, a galeria abriu ao público com uma exposição icônica que trouxe para Brasília uma exposição inédita de Amilcar de Castro. A essa, seguiram-se várias exposições importantes como individuais de Athos Bulcão, Carlos Vergara, Claudio Tozzi, e de jovens artistas que hoje são destaque na cena das artes.
Em 2004, junta-se à sociedade Paulo Moraes de Oliveira, filho do casal, que passa a administrar e tomar parte nas decisões estratégicas da empresa. Com 30 anos de atuação no mercado de arte, a Referência traz para o ambiente da galeria e para espaços institucionais artistas com trajetórias consolidadas, em meio de carreira e iniciantes, em especial de Brasília e do Centro-Oeste.
A galerista Onice Moraes ressalta a importância de apresentar e dar visibilidade aos artistas visuais e curadores da região central do Brasil e de outras regiões fora dos eixos hegemônicos do sistema da arte brasileiro como forma de oferecer ao artista a oportunidade de ter seus trabalhos adquiridos pelo público e pelas instituições.
“As coleções de arte, sejam de colecionadores iniciados ou de iniciantes, precisam incluir os artistas de sua região e de seu tempo. Arte é investimento, é decoração e, acima de tudo, é um registro da história e da reflexão sobre um momento específico dessa construção histórica”, diz Onice Moraes. “Um dos papéis do galerista é orientar a mirada dos colecionadores para esses artistas que produzem em sua vizinhança. Todos podem se beneficiar com a inclusão de artistas da região nas coleções privadas: as coleções ganham importância, ficam mais representativas e diversas”, afirma a galerista.
Serviço
“Vértice-Abismo”
Treliças, livros-objetos, esculturas e vídeo
De | Luciana Paiva
Curadoria | Graça Ramos
Sala Principal
Abertura | 02/08, das 16h às 20h
Visitação | Até 13/09
De segunda a sexta, das 10h às 19h
Sábado, das 10h às 15h
Entradas | Gratuita
Onde | Referência Galeria de Arte
Endereço | CLN 202 Bloco B Loja 11 Subsolo
Asa Norte – Brasília – DF
Telefone | +55 (61) 3963-3501
WhatsApp | +55 (61) 981623-111
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