Detran-DF enfatiza que ações educativas, de engenharia e de fiscalização ajudaram a zerar mortes na W3 Norte, Elmo Serejo e Avenida Alagados. ‘Nossa meta é que nenhuma vida se perca nas vias do DF’, afirma o presidente da autarquia, Marcu Belini
Levantamento do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) mostra que nos últimos dez anos o número de mortes nas vias urbanas caiu pela metade, chegando a zerar as ocorrências em três das cinco vias mais perigosas – W3 Norte, Elmo Serejo (Taguatinga) e Avenida Alagados (Santa Maria).
Dentre as cinco vias urbanas com mais registros de mortes na década de 2015 a 2024, as avenidas Hélio Prates (Taguatinga) e Recanto das Emas foram as únicas que registraram mortes este ano. O Detran-DF registrou (até maio) duas mortes na Hélio Prates e uma outra na Avenida Recanto das Emas.
Se forem observados o total de mortes nessas cinco vias, houve redução de 58% nas ocorrências, ao se comparar o ano de 2015 com 2024. Foram 19 mortes em 2015 caindo para 8, no ano passado.
“Isso é resultado de um trabalho integrado que estamos realizando nas áreas de Educação, Fiscalização e Engenharia de Trânsito. Nossas equipes estão sempre de olho nos locais de mais ocorrências e pautando suas ações de forma a prevenir novos sinistros”, afirma o diretor-geral do Detran-DF, Marcu Bellini. “Nossa meta é que nenhuma vida se perca nas vias do DF e, por isso, toda redução precisa ser comemorada”, destacou.
Entre essas cinco vias urbanas com mais registros de morte, os pedestres são a maioria entre as vítimas (69), seguido de motociclistas (32), passageiros (10),
ciclistas (8) e demais condutores (7). Outros dados de destaque entre os mortos são o gênero – majoritariamente masculino (79%) – e a idade – entre 40 e 59 anos (44).
Segundo o órgão de trânsito, as equipes de educação já estão em campo reforçando os cuidados, principalmente em relação à travessia de pedestres, além do respeito à Lei Seca e aos limites de velocidade, fatores muito presentes nas ocorrências fatais.
Segundo o Detran-DF, o excesso de velocidade, o consumo de bebida alcoólica, o uso do celular e a falta de habilitação para dirigir, além da falta do uso do cinto de segurança e do desrespeito à faixa de pedestres são as principais infrações registradas nessas cinco vias urbanas.
Só na Avenida Hélio Prates, por exemplo, já foram registradas 2.060 infrações este ano. Entre elas, 12 condutores que não pararam na faixa de pedestres, 44 não habilitados, 52 alcoolizados, 291 por usarem o celular ao volante e 367 pelo não uso do cinto de segurança.

Redução em todas as vias urbanas
Quando o levantamento é feito considerando-se todas as vias urbanas sob gestão do Detran-DF – cerca de 15.000 quilômetros de malha viária -, em 2015 foram registradas 135 vítimas fatais. Já em 2024, foram 71 óbitos – uma redução de 47,4%.
Segundo o Detran-DF, os registros de sinistros com morte nas vias urbanas têm sido monitorados para subsidiar ações que promovam a redução dessas ocorrências. Além das ações de educação, a Diretoria de Engenharia avalia os pontos de implantação das travessias sinalizadas sob o aspecto qualitativo e quantitativo, garantindo a instalação de faixas em locais com real necessidade e que garantam que pedestres sejam vistos pelos condutores e condutores sejam vistos pelos pedestres. Assim, reduz-se significativamente o número de atropelamentos.
Foi a partir da análise de estatísticas de sinistros que, por exemplo, houve uma ação massiva e conjunta na Avenida Independência, em Planaltina, com a criação de áreas de proteção de pedestres e vários outros ajustes que resultaram na redução a zero no número de mortes.

Dinheiro em caixa facilita ações
O Detran-DF tem um orçamento milionário. Só no ano passado, e apenas com a arrecadação de multas, o órgão teve um caixa de R$ 239,3 milhões de reais. Por lei, esses recursos só podem ser utilizados em gastos específicos, como educação de trânsito e melhoria da infraestrutura de tráfego.
Segundo o órgão, em 2024 foram realizadas aproximadamente 800 análises e aprovadas mais de duas centenas de novos projetos com intervenções de engenharia de tráfego em diversas vias urbanas do DF, que totalizam mais de 9,5 mil quilômetros.
Também no ano passado, teriam sido revitalizadas mais de 4.000 faixas de pedestres, 5.000 ondulações transversais (os famosos quebra-molas), e implantadas ou revitalizadas 4.000 mil placas de sinalização e realizadas 2,5 mil manutenções preventivas em cruzamentos semafóricos.