Outros equipamentos de uso público dos passageiros do Metrô, como a única passarela de pedestres em Samabaia, sofrem com o abandono. Em contraponto, Metrô-DF cria 46 cargos para ‘planejamento’
Problemas no Metrô-DF não se resumem às estações sujas. A única travessia para pedrestres sobre os trilhos na linha Samambaia (que fica entre as estações Samambaia Sul e Terminal), entre as QRs 108 e 110 Sul, segue abandonada ao tempo – e, consequentemente, à ferrugem e à deteriorização.
Não é difícil de constatar que a estrutura metálica está totalmente corroída. Vários pontos das vigas estruturais têm furos (buracos, mesmo!) e, em vários pontos, a tela de proteção metálica recebeu remendos com tela de galinheiro (aquela mesmo!) e ainda assim tem buracos.

Do lado residencial, a estrutura tem acesso sem calçadas. Do lado oposto, voltada para o linhão de energia de Furnas, há um lixão. O passageiro atravessa a passarela e, ao chegar do outro lado, tem de desviar de lixo e entulho.
A passarela está lá desde que aquela linha do Metrô foi inaugurada, em 1998. Desde 2015, não consta nenhuma menção à reforma ou melhoria daquela passarela nos relatórios de Administração da empresa, disponíveis na Internet. Antes desse prazo esses relatórios não são públicos.

Daí pode-se concluir que há pelo menos 10 anos não houve qualquer ação de melhoria ou de correção naquela travessia. Agora, no último relatório, aparece como “nova demanda” a construção de nova passarela com rampa de acessibilidade em substituição a passarela existente no trecho de Samambaia.
Afirma o texto que é “prioridade para 2025” as seguintes meta (que recebeu o número 17, dentre 28): “Concluir a licitação, contratar a empresa, iniciar e concluir a análise do projeto executivo, iniciar e concluir a obra.
Estamos em julho. Até este momento, sequer houve a publicação do edital de licitação. Dificilmente essa meta será alcançada pelo Metrô-DF.

Metrô cria Diretoria de Planejamento com 46 cargos e salários de R$ 15 mil
A Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou proposta do GDF e o governador Ibaneis Rocha (MDB) sancionou no último dia 29 de maio a alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias do DF, possibilitando a criação de 46 cargos em comissão no Metrô-DF, com salários de R$ 15 mil, para a instalação de uma nova Diretoria de Planejamento. A proposta prevê um impacto financeiro de R$ 6,4 milhões em 2025, R$ 9 milhões em 2026 e R$ 9,5 milhões em 2027.
Segundo o Metrô-DF, “a nova diretoria nasce com a missão de coordenar áreas essenciais, como estudos; planejamento estratégico e institucional; inovação tecnológica; meio ambiente e sustentabilidade, assegurando que a estrutura organizacional esteja alinhada com as necessidades operacionais atuais e futuras”.